Evento promovido pelo Clube de Leitura da Biblioteca Central estimula visibilidade de autoras da cidade

 Alice Freitas, Cecília Vieira, Gabrielle Alves, Karine Souza, Maíra Valério e Pâmela Rodrigues: escritoras brasilienses em atividade da Semana Universitária 2023 na BCE. Foto: Melissa Miranda/FAC

 

Nesta quarta-feira (27), o evento Conversando com escritoras brasilienses: escrita e mercado editorial lotou o auditório Cassiano Nunes, na Biblioteca Central (BCE) da Universidade de Brasília. Promovido pelo Clube de Leitura da BCE, o debate fez parte da Semana Universitária 2023, que possui como tema O futuro é feminino. Romancistas e poetisas, Alice Freitas, Cecília Vieira, Gabrielle Alves, Karine Souza, Maíra Valério e Pâmela Rodrigues compartilharam suas experiências e deram dicas de como escrever, publicar e divulgar uma obra.

Durante o bate-papo, um dos temas mais comentados pelas convidadas foi o processo de se reconhecerem como escritoras. Gabrielle Alves, que está lançando seu primeiro livro – Eu, você e a quimera em movimento –, disse que sempre escreveu sem compromisso. Quando foi chamada para o evento, pensou: “Meu Deus! Encontro com escritoras, e eu estou incluída nisso!”.

Maíra Valério, autora da obra Homens que nunca conheci e editora-chefe da revista Traços, contou que, ao realizar entrevistas, no dia a dia de sua profissão, “as entrevistadas sempre dizem ‘eu escrevo’”. "E, se alguém escreve, é escritora”, completou Maíra.

As convidadas também falaram sobre a importância de consumir literatura feita por mulheres. “Esse ainda é um espaço onde a gente precisa se reafirmar”, declarou Karine Souza, poetisa e autora do livro O corpo que excede o corpo.

Pâmela Rodrigues, que escreveu o livro de poemas Areia não é sujeira, também relembrou que o mercado editorial, assim como outros, funciona de acordo com as demandas de oferta e procura. “Quanto mais você lê mulheres, quantos mais você lê pessoas negras, mais espaço você dá para essas pessoas.” Todas as escritoras convidadas disseram que a participação em feiras literárias e em coletivos de escritores são ótimas maneiras de divulgar as obras.

Outra experiência comum entre algumas das convidadas foi o surgimento da necessidade de escrever e publicar durante a pandemia de covid-19. Cecília Vieira disse que decidiu encarar o mercado editorial durante o período de distanciamento social e estreou na literatura infantil com o livro Marina, a girafa que queria ser estrela, história que criou em três dias, ao colocar seus filhos para dormir.

Alice Freitas, formada em Publicidade pela Universidade de Brasília, também relatou que foi naquele momento que nasceu seu primeiro livro, Histórias de isolamento: a quarentena em contos, uma coletânea de contos ilustrados por 12 brasilienses.

As escritoras ressaltaram a importância de seguir editoras independentes nas redes sociais e acompanhar os editais, que barateiam ou até mesmo zeram os custos de publicações dos livros. “Antes eu não sabia que existia a possibilidade de algumas editoras bancarem esse processo para você”, afirmou Gabrielle Alves.

A estudante de Letras e participante do Clube de Leitura da Biblioteca Central Ana Paula Lima contou que o principal objetivo do bate-papo era mesmo divulgar o trabalho de autoras brasilienses e mostrar como o mercado editorial funciona no Distrito Federal. “Quando vimos o tema da Semana Universitária, logo a gente pensou em trazer escritoras. E aí, em seguida, nos perguntamos: por que não escritoras de Brasília?”

O Clube de Leitura da BCE acontece presencialmente toda última quinta-feira do mês, às 12h, e on-line toda sexta-feira seguinte, às 15h. No Instagram da BCE já é possível votar para a escolha do livro do mês de outubro, edição especial de terror.

 

FAC NA SEMUNI – A Semana Universitária 2023 está a todo vapor! Até 29 de setembro, estudantes, professores, técnicos, pesquisadores e comunidade externa circulam pelos campi, envolvidos em centenas de atividades que apresentam a UnB e suas ações de ensino, pesquisa e extensão ao público.

Uma equipe de estudantes da disciplina Apuração Jornalística, da Faculdade de Comunicação, está acompanhando a programação e produzindo registros como o que você leu agora.

Para eles, uma oportunidade ímpar de praticar o que aprendem. Para o público leitor, a chance de ficar ainda mais bem informado sobre o que acontece na Semana Universitária. Fique ligado nos canais oficiais da Universidade de Brasília e aproveite o resultado dessa parceria.

 

Curta no Instagram um giro pelas atividades do 3º dia de Semuni!

 

*estudante de Jornalismo da Faculdade de Comunicação (FAC), sob supervisão do professor Sérgio de Sá

 

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