Durante três dias, estudantes de ensino médio e de graduação apresentaram seus trabalhos a avaliadores e visitantes

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Quatro mil pessoas passaram pelo congresso durante os três dias. Foto: André Gomes/Secom UnB

 

Quem teve a oportunidade de passar pelo Centro Comunitário Athos Bulcão entre os dias 27 e 29 de setembro pôde ver o desabrochar da flor da ciência por meio de centenas de trabalhos desenvolvidos por jovens da iniciação científica. A etapa costuma ser o primeiro passo para mergulhar mais profundamente na pesquisa.

A mostra ocorreu dentro do 29º Congresso de Iniciação Científica da UnB, que também é o 20º Congresso de Iniciação Científica do DF, realizado em parceria por gestores, mestres e aprendizes de oito instituições e parte da programação da 23ª Semana Universitária.

>> Veja como foi a abertura do Congresso

Ao longo dos três dias foram apresentados trabalhos nas áreas de Artes e HumanidadeSaúde e Vida e Exatas e Engenharia. O diretor do Programa de Iniciação Científica (Proic) da UnB, Sérgio Granemann, destacou o caráter festivo do evento.

“O congresso é o fechamento de um ano de pesquisas dos estudantes e orientadores, quando eles vêm apresentar o que desenvolveram. Apesar de ser uma tarefa com avaliação, em que é preciso ter seriedade, responsabilidade com horário, estudar para apresentar, é também um momento de festa e realização, porque eles estão mostrando o que fizeram para a sociedade”, avaliou.

Granemann acrescenta que as expectativas para o evento se concretizaram. "Houve uma presença maciça de estudantes e orientadores. Muitas escolas públicas vieram aqui para visitar e conhecer como é um congresso de iniciação científica”, relata, atestando o sucesso da edição.

Para o estudante de estatística e bolsista de Pibic João Victor Maia, é importante que o conhecimento produzido na iniciação científica seja transmitido para a população e se torne uma ponte para a construção de políticas públicas. A pesquisa de abordou mortalidade infantil e desigualdades sociais no DF.

"Estamos dentro de uma universidade pública. Fui contemplado com uma bolsa de pesquisa e pude construir meu trabalho, ter acesso a bibliografia, analisar a base de dados, documentos, consultar a secretaria de saúde, conversar com pessoas. Agora precisamos dar um retorno para a população", disse, consciente.

"Essa pesquisa não pode, assim como todas as outras que estão sendo apresentadas, ficar restrita a esse espaço. Elas têm que sair dos muros da academia”, observou, destacando o valor da extensão em parceria com a pesquisa.

Ao lado do pai, Lucas explicou que a importância de participar da iniciação científica é poder dar mais um passo na trajetória profissional, acadêmica e no desenvolvimento pessoal. Foto: André Gomes/Secom UnB

 

LAÇOS NA UNIVERSIDADE – Orgulho foi o sentimento do servidor público Erivaldo Silva ao acompanhar o filho Lucas Ferreira, discente de biomedicina do Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB), na apresentação de seu projeto sobre revisão sistemática do doping no futebol.

"Eu adorei essa iniciativa aqui. Confesso que é a primeira vez que venho. Ele já apresentou em outras ocasiões e está sendo bem agradável. Ver o filho apresentar um trabalho que é fruto do esforço que ele fez durante anos é muito legal”, contou Erivaldo.

Já o músico Charles Valente relembrou como observou e incentivou a filha Luísa Schuh, estudante de Farmácia na UnB na confecção do trabalho a respeito da criação de soluções para uma indústria verde com uso de carreadores lipídicos.

“Acompanho o dia a dia, a luta que é para um aluno se sobressair, principalmente em um congresso de ciência. Esse incentivo que ela tem do pai, acho que é importantíssimo para todo filho”, disse.

NOVIDADES – Essa edição do Congresso trouxe como diferencial um balcão de exposição de produtos da iniciação científica e da extensão. O espaço foi prioritariamente reservado para alunos do ensino médio, que expuseram seus projetos.

Luísa Schuh com a mãe e o pai na exibição de seu trabalho no 29º Congresso de Iniciação Científica da UnB. Foto: André Gomes/Secom UnB

 

“Esse ano fizemos uma tentativa de trazer os alunos das escolas públicas de ensino médio do Distrito Federal, que fazem projetos com nossos orientadores e também com as outras sete instituições. Buscamos dar uma alternativa para apresentarem as pesquisas de uma forma mais lúdica e concreta, não só com o pôster, mas às vezes com equipamentos, softwares, computadores e que eles pudessem fazer uma apresentação um pouco diferenciada do pessoal da graduação, que já é tradicional com os pôsteres”, explicou Granemann.

O diretor do Proic também apontou como inovação o uso do celular no processo digital de avaliação das pesquisas, implementado em 2022. A melhoria visa proporcionar à equipe de avaliação um controle maior dos trabalhos que já foram e dos que faltam ser examinados.

“Isso facilita bastante a gestão, dessa maneira não precisamos ficar procurando quem está indo avaliar tal projeto. Temos acesso a tudo em nossos relatórios”, frisou Granemann.

A cerimônia de premiação relativa ao 29º Congresso de Iniciação Científica da UnB e 20º Congresso de Iniciação Científica do DF deve acontecer no fim do mês de outubro.

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