Mostra abre dia 11 de agosto e segue até 8 de dezembro de 2017, na Casa Niemeyer no Park Way, que pertence à UnB desde 1980

A Embaixada da Argélia e a Universidade de Brasília, através do Decanato de Extensão da UnB e da Casa da Cultura da América Latina (CAL/DEX), prestam homenagem ao célebre arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, cinco anos depois do seu falecimento, com uma exposição de fotos sobre suas obras na Argélia. A mostra abre dia 11 de agosto e segue até 8 de dezembro de 2017, na Casa Niemeyer no Park Way, que, desde 1980, pertence à UnB. A homenagem coincide com a celebração do 30º aniversário da classificação de Brasília como patrimônio mundial da UNESCO e do 55º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre o Brasil e Argélia, logo após a independência daquele país,  no dia 5 de julho de 1962.

 

Quando Niemeyer faleceu em 2012, ele foi homenageado no mundo inteiro. Mas, dentre todos os elogios aos edifícios das Nações Unidas, à sede do Partido Comunista francês e, claro, a Brasília, algumas de suas obras mais ousadas e politicamente significativas apenas receberam menção.

 

Cartaz

A Argélia pode ser o país onde há a maior concentração de obras de Niemeyer, depois do Brasil. Ele realizou quatro obras naquele país. A quinta: a biblioteca árabe-sul- americana, um dos seus últimos projetos, está em curso de realização. Ele elaborou também uma mesquita colocada sobre o mar, mas, infelizmente, esse projeto não foi realizado devido ao falecimento do presidente argelino Houari Boumediene em dezembro de 1978. “O próprio Boumediene declarou com satisfação, após ter me ouvido: “É uma mesquita revolucionária”, ao que me apressei em lhe responder: “A revolução não deve parar”, o que o fez sorrir", ele confessou.

 

Vale salientar que os argelinos lutaram pelas armas contra a colonização francesa (1954-1962) numa revolução considerada uma das mais importantes do século 20, pois precipitou o colapso do sistema colonial no mundo.

 

As obras de Oscar Niemeyer na Argélia

 

- Universidade Mentouri, Constantine, 1971

- Universidade de Ciência e Tecnologia Houari-Boumediene, Argel, 1975

- Escola Politécnica de Arquitetura e Urbanismo, Argel, 1975

- A Sala Omnisport La "cúpula", Argel, 1975

 

Em 1968, seis anos após a independência da Argélia, o presidente, Houari Boumediene, pediu que Niemeyer – então exilado em Paris – fizesse obras para transformar o país em uma nação moderna e aberta ao mundo.

 

Entre 1968 e 1975, Niemeyer desenhou dois campi universitários extremamente ambiciosos para o Estado, em vias de lucro, bem como “la Coupole”, um salão de esporte olímpico independente que serve também para conferências.

 

Niemeyer considerou a Universidade de Mentouri, na cidade de Constantine (19691972), "um de seus melhores projetos ...”. "Meu projeto está baseado na centralização e flexibilidade; de fato, eu recuso a universidade tradicional, com dezenas de prédios... A universidade que eu proponho é humana, lógica e compacta", disse ele. A Universidade Houari Boumediene da Ciência e Tecnologia não é menos impressionante. Localizada nos arredores de Argel, suas dezenas de edifícios, às vezes angulares, às vezes curvas, empurram o concreto para seus limites escultóricos e até poéticos.

 

Em 2013, Jason Oddy passou o verão investigando esse notável legado modernista. Seu objetivo era duplo. Em primeiro lugar, destacar essas obras-primas esquecidas da arquitetura do século XX. Em segundo lugar – e, talvez, mais criticamente – perguntar como esses lugares, que foram projetados para forjar e capacitar a geração pós-colonial da Argélia, podem ser relevantes ainda hoje.

 

Biografia de Jason Oddy

 

O trabalho de Jason Oddy, que expõe pela primeira vez no Brasil,  é uma pesquisa de campo. Do Pentágono à Baía de Guantánamo, e dos antigos sanatórios soviéticos às instalações criogênicas na América, ele procura nos levar além dos locais específicos que ele fotografa, às ideias e forças que estão por trás deles.

 

Seu trabalho foi exibido, internacionalmente,  em lugares como a Galeria dos Fotógrafos (Londres), Galeria Yossi Milo (Nova York) e na Paris Photo. A série Concrete Spring foi exibida recentemente na Trienal de Milão, no Tropenmusem (Amsterdam) e atualmente faz parte da exposição "Made in Algeria, Généalogie d'un territoire" no MuCEM (Marselha). O trabalho de Oddy faz parte de importantes coleções públicas e privadas, incluindo as da Fundação Wellcome, Channel 4, Citibank Private Bank, o Michael Wilson Center For Photography e da coleção Elton John.

 

Jason Oddy chega em Brasília dia 6 de agosto de 2017 e, além da exposição, participa  de seminário internacional Oscar Niemeyer e a Argélia, dia 11 de agosto de 2017, ás 16h, na Casa Niemeyer, junto com o arquiteto e professor Cláudio Queiroz (FAU-UnB), que participou dos projetos de Niemeyer na Argélia.

 

Serviço

Exposição Concrete Spring

Abertura: dia 11 de agosto (sexta-feira), às 19h

Local: Casa Niemeyer (SMPW Qd 26, Conj. 3, Casa 7, Epia Sul)

Visitação: até 8 de dezembro de 2017, diariamente, 9h às 18h

Entrada franca

Classificação: livre

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