Projeto de extensão é realizado em parceria com usuários de posto de saúde da região administrativa

Uma horta cheia de plantas com propriedades fitoterápicas e outras prontas para a alimentação mantida e utilizada por moradores da comunidade. Foi esse o objetivo de Silvia Ribeiro de Souza, professora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília.

O projeto se propõe a ser um espaço de conscientização sobre o uso das plantas medicinais, os inerentes cuidados que devem ser tomados, além de temas, como desenvolvimento sustentável, técnicas de agricultura orgânica e hábitos saudáveis.

“A ideia desse projeto é que vocês deem continuidade mais pra frente, e cuidem da horta sozinhos”, diz ela a usuários da Unidade Básica de Saúde 01 do Itapoã, onde o projeto é realizado

Por isso, a professora tenta envolver o máximo possível a comunidade. Na manhã da oficina, um senhor arrumou os canteiros para a plantação de novas sementes.

“Temos uma linguagem simples. Quando levamos a informação de saúde de uma forma que todos entendam, estamos sendo eficientes”, argumenta.

A vigilante Kaiane Rodrigues, de 31 anos, participa do projeto do posto de saúde, que inclui diversas atividades, inclusive a horta medicinal e condimentar. No começo de sua gravidez, ficou sabendo que não é recomendável ingerir chás nos primeiros três meses.

“Lá em casa eu tenho várias sementes”, conta Kaiane. “Quero trazer para cá e contribuir.”

Hoje, a horta tem diversas espécies já plantadas, como alfavaca, boldo, hortelã, carqueja, capim-cidreira, citronela, rúcula, coentro, cebolinha, abobrinha, couve e confrei, todas com propriedades medicinais e/ou condimentares.

A primeira oficina foi sobre as propriedades do malvariço, conhecido também como hortelã-grande. As folhas são usadas para fins medicinais e podem curar tosse, rouquidão, bronquite e dores de garganta.

Em outra oficina, os extensionistas e a comunidade conversaram sobre as propriedades da hortelã. Ambos contribuem sobre técnicas para extrair ativos (infusão e maceração) e cultivo da planta.

“A cada dia se descobrem novas aplicações, muitas baseadas no conhecimento popular”, explica Genilson Lima, aluno de Ciências Farmacêuticas da UnB.

Os 20 participantes da atividade também puderam provar o tabule produzido na hora com a hortelã vinda direto da horta comunitária.

Inocência Rocha, farmacêutica do posto, conta que o projeto surgiu com um aluno da UnB que fazia estágio no local. Com o desenvolvimento do projeto, eles decidiram apresentar como projeto de extensão, por conta das características de troca de conhecimentos acadêmicos e populares.

“Aprendemos muito, conversamos sobre o que eles já usam e criamos a horta baseada nisso. Eles ensinam pra gente”, diz.

A execução do projeto Horta medicinal e condimentar para promoção da saúde é resultado de acordo firmado entre UnB e Ministério Público do Trabalho.

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