Evento reuniu artistas e abordou a função social da cultura em meio às crises enfrentadas no país

Atividade promoveu debate sobre o papel da esfera cultural como instrumento de intervenção no atual momento político do Brasil. Imagem: Reprodução/DEX

 

 

Cultura e Vida Brasileira foi tema de mesa-redonda realizada nesta quinta-feira (30) durante a Semana Universitária 2021. Transmitida pelo canal Extensão UnB no YouTube, a atividade discutiu o papel da cultura na luta contra as desigualdades sociais e a negação da ciência pela emancipação popular e incentivou reflexões de alternativas de intervenção social sob a perspectiva das artes no cenário atual do país.

 

“Discutirmos cultura é fundamental pelo caráter transformador, insurgente, e porque tem a ver com nossa identidade, com a nossa condição de cidadãos”, afirmou a decana de Extensão da Universidade de Brasília, Olgamir Amancia, que deu as boas-vindas aos participantes.

 

Para dialogar sobre o tema, foram convidados o professor, comunicador e rapper Richard Santos e o violonista, cantor e compositor Sérgio Duboc, que também executaram performances autorais ao longo da conversa. O debate foi mediado pela professora do Instituto de Artes (IdA) da UnB Flávia Narita e pelas alunas Júlia Dourado, do curso de Fonoaudiologia, e Wanessa Landim, de Ciências Sociais.

 

HISTÓRIA E FUTURO – Sérgio Duboc e Richard Santos destacaram a importância do resgate dos momentos históricos para produzir obras que façam sentido no retrato do período atual. “A música, os músicos servem para dizer de nosso tempo, contam muito do período do país”, ressaltou Richard Santos. Para ele, a arte reflete a sociedade em que o artista está inserido: “penso que ajuda a contar a história de um país, de uma nação, de determinados grupos”.

 

Para os artistas, a UnB exerce grande função no incentivo e na valorização da pluralidade em diversos sentidos. “A Universidade é ampla, vibra com todo mundo junto”, justifica Sérgio Duboc. Segundo o compositor, grande parte da resistência representada pela arte está em unir pessoas, criando uma realidade de provocação que demonstra a força não só da classe artística, mas da comunidade em geral.

 

Richard Santos defendeu que a música é essencial para criar projeções de futuro. “Acho que a música tem um papel fundamental na construção do imaginário do que somos, do que queremos e do que projetamos”, argumentou.

 

DESAFIOS – Em meio às diversas crises enfrentadas no Brasil, incluindo dificuldades propiciadas pela negação da ciência e descredibilização da cultura, Richard Santos explicou que o cenário ameaça reforçar o apagamento e a ignorância promovidos à população: “O não investimento em cultura e a redução e desconstrução dela são um projeto de subalternização e recolonização.”

 

Sérgio Duboc também comentou sobre a dificuldade de se manter como artista no período de pandemia. O cantor acredita que a performance artística é desvalorizada, criando uma situação de precariedade e desmotivação de quem trabalha na área. “A arte é uma coisa de juntar as pessoas, e hoje não dá para juntar as pessoas”, pontuou.

 

Confira a mesa-redonda na íntegra:

 

*estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.

 

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