Com exercícios práticos sobre interseccionalidade, material foi elaborado pela Roda das Minas e pelo Programa Especial UnB 2030

design sem nome 141

 

Com o objetivo de integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) à educação superior e contexto social brasileiro, dois projetos de extensão da Universidade de Brasília (UnB) elaboraram o Guia de interseccionalidades na Agenda 2030: para uma educação transformadora. Organizado como parte das ações do projeto Selo ODS e as Universidades Brasileiras, o Guia alia a Agenda 2030 e a metodologia da interseccionalidade. 

 

O projeto é uma das ações do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030, que reúne diversas entidades, como a ONG Artigo 19, a organização Geledés Instituto da Mulher Negra e o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). 

 

O material criado pelo Programa Especial UnB 2030 e pela coletiva Roda das Minas, projeto de extensão da UnB, traz narrativas que buscam provocar reflexões sobre a relevância da interseccionalidade nos leitores e leitoras. O livro conta, por exemplo, a história fictícia de Marielle, uma mulher negra de pele retinta, e de Yaguarê Yamã, desenhista indígena. A ideia é trazer exercícios práticos de como aplicar a interseccionalidade na Agenda 2030. 

 

Coordenador do Programa Especial de Extensão UnB 2030, o professor Thiago Gehre destacou o trabalho desenvolvido pela Decanato de Extensão, e agradeceu aos professores Alexandre Pilati e Olgamir Amancia, diretor técnico e decana de Extensão da UnB, respectivamente. 

 

“Esse Guia é fruto de um encontro muito feliz de dois projetos de extensão. É uma construção coletiva. Agradeço a todos que contribuíram e acreditaram na ideia, é uma base para a juventude continuar acreditando na democracia” comemorou. 

 

A professora Ana Paula Martins, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Mulheres do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (NEPeM/UnB), contou que o objetivo do Guia é promover um encontro entre o desenvolvimento sustentável e a ideia de interseccionalidades. “É um conceito produzido pelas feministas negras que tem um papel muito importante do ponto de vista prático das políticas públicas para dar visibilidade a níveis de opressão que se aprofundam quando desigualdades se encontram em determinados sujeitos e histórias de vida”, explicou.

 

Para ela, é necessário responder à pergunta: como promover uma política educacional de modo a não inviabilizar ninguém? “É impossível falar de acesso à educação, de empoderamento das juventudes, de enfrentamento às desigualdades, sem considerar que determinados setores da sociedade requerem políticas mais bem aprimoradas para suas necessidades”, completou. 

 

Integrante do projeto de extensão Roda das Minas, Isabela Nascimento ressaltou que a construção foi coletiva, a partir de parcerias, workshops, reuniões e trocas. “O Guia nasce dessa vontade de colocar a interseccionalidade como uma lente. Temos o compromisso de enxergar a realidade com essas nuances, senão continuamos reproduzindo desigualdades”, avaliou. 

 

Acesse o Guia aqui. E conheça o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030).

ATENÇÃO O conteúdo dos artigos é de responsabilidade do autor e expressa sua visão sobre assuntos atuais. Os textos podem ser reproduzidos em qualquer tipo de mídia desde que sejam citados os créditos do autor. Edições ou alterações só podem ser feitas com autorização do autor.