Em janeiro de 2023, as atividades de Extensão precisam compor, no mínimo, 10% do total da carga horária curricular dos cursos de graduação em todo o país. A determinação vale para as instituições públicas e privadas e tem o objetivo de cumprir a Constituição Federal, que define o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
Os colegiados dos diferentes institutos e faculdades da Universidade de Brasília (UnB) estão se organizando para cumprir a meta. Na Engenharia Mecatrônica, por exemplo, o currículo já está adequado e pode valer para o próximo semestre.
“A extensão representa a Universidade além dos muros, é nosso maior ponto de interação com a comunidade”, destaca a reitora da UnB, Márcia Abrahão. “A proposta da extensão é melhorar a realidade social por meio de ações concretas da comunidade acadêmica. Na UnB, é um pilar essencial para colocar em prática o aprendizado dos alunos e despertá-los para as necessidades do país.”
A partir de 2023, as avaliações do MEC já vão considerar o currículo com a extensão obrigatória. “É uma mudança de concepção de formação acadêmica, de entendimento da extensão como fundamental para qualificar a formação do estudante. Não existe extensão sem pesquisa e sem ensino. São complementares”, destaca o decano de Extensão em exercício, Alexandre Pilati. “A extensão implica em participação da comunidade externa, protagonismo do estudante e tende a ter a dimensão de pesquisa. Ou seja, será um salto de qualidade na trajetória acadêmica dos discentes", complementa.
ADEQUAÇÃO – Atualmente, todos os cursos da Universidade têm atividades de extensão. Para cumprir a Resolução 07/2018 do CNE, os decanatos de Ensino de Graduação (DEG) e de Extensão (DEX) têm trabalhado em conjunto. A meta é que os cursos encaminhem os projetos para análise até agosto de 2022. Depois, até o início de 2023, o objetivo é que todos os cursos da UnB já estejam preparados para iniciar o primeiro semestre letivo do ano com as reformas implantadas.
MECATRÔNICA – No novo currículo da Engenharia Mecatrônica foram criados componentes do tipo disciplina, com carga horária total convertida em extensão, e do tipo atividade, em que os alunos precisam participar como protagonistas de ações de extensão de toda a UnB – projetos, cursos, eventos ou prestação de serviço –, e pedir o aproveitamento de acordo com a carga horária.
Além disso, o Trabalho de Conclusão de Curso terá uma parte da carga horária dedicada à extensão. A ideia é que os alunos apresentem à comunidade externa, em eventos presenciais ou por meio da internet, os principais resultados alcançados nos TCCs e também a importância desses trabalhos para a pesquisa e o desenvolvimento regional, nacional e mundial.
“Essa adequação da matriz curricular vai ao encontro das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia, que pedem que o aluno tenha uma formação mais abrangente, holística, com um olhar voltado para o todo”, destaca o coordenador do curso de Engenharia Mecatrônica da UnB, Henrique Cezar Ferreira. “O ensino de engenharia não tinha essa visão da sociedade, era mais voltado para o desenvolvimento econômico e tecnológico. Creio que a curricularização da extensão ajude a formar profissionais capazes de lidar com a parte técnica, mas também social.”
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